Crítica - Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2.

 Muito Bom / Excelente.

 Provavelmente um dos filmes mais difíceis de se fazer nos últimos anos foi o tão esperado Harry Potter 7.2. Dez anos depois da estréia do primeiro filme, quando Harry Potter realmente se tornou uma febre, o diretor David Yates tem a responsabilidade na costas de criar o final perfeito para a franquia para o mundo inteiro. Conseguiu? Sim. Bom, em primeiro lugar, é inegável que a divisão do sétimo livro em duas partes foi mais do que acertada. A primeira parte é um pouco mais lenta a justamente pegou a parte mais monótoma do livro. Sendo assim, já que tinha muito mais tempo pra contar a história, no filme a trama não tinha pressa para ser contada, os personagens foram muito bem aprofundados e Yates teve tempo suficiente para trazer a carga dramática que o livro trazia.

 . A primeira parte para um pouco antes do grande desfecho da série: a batalha final de Hogwarts, que, obviamente, foi deixada para a segunda parte. Se HP 7.2 tem alguma falha? Infelizmente tem uma. Com apenas 2 horas e 10 minutos de duração (o mais curto de toda a série), o filme corre um pouco demais no começo e atropela importantes passagens do livro. Quem leu o livro com certeza sente que alguém queria dar uma enxugada num trecho do livro e deixou só o cru para o filme. Mas tirando essa passagem, o filme não tem uma falha se quiser. Fantástico e soberbo, o último Harry Potter respeita os fãs que seguem a história há 10 anos e traz um digno final da série, conseguindo ser o melhor filme de todos.

 . A qualidade do filme quase não se altera a Parte 1. Contudo, todos já sabiam disso: a melhor parte foi deixada para Parte 2, e isso faz dessa melhor do que a primeira. David Yates cria um filme de tirar o fôlego e de deixar o espectador sem piscar durante 2 horas. Ele dirige a história, os atores e ação magistralmente, conseguindo se igualar ao nível de direção de Christopher Nolan em 'O Cavaleiro das Trevas'. A trama flui naturalmente, sem parar, cheia de cenas de ação interruptas e fantásticas. Como em todos os filmes da série, a produção do filme é de encher os olhos. Direção de arte fantástica, fotografia linda, uma trilha sonora fora de série, efeitos sonoros da mais alta qualidade. Tudo isso ajuda o filme nas tais fantásticas cenas de ação. A qualidade das cenas de batalha chega a se igualar às melhores cenas de O Senhor dos Anéis.

 . Mas tudo isso não seria tão bom sem um roteiro fantástico. Obviamente, a Parte 1 complementa muito a Parte 2. Aqui, o roteirista Steve Kloves sabe que o que importa é o desfecho da história e a batalha final, e não os conflitos dos personagens e seus dramas, que são muito explorados na primeira parte. Logo, aqui ele escolhe por criar um roteiro fantástico mas sem apelar para o aprofundamento, e sim fazendo o máximo para deixar o espectador vidrado na tela. E como eu já disse, Kloves, juntamente com Yates, consegue com proeza.

 . Essas qualidades também vêm acompanhadas de atuações excelentes. Daniel Radcliffe parece que, finalmente, tem certeza de si mesmo e tem certeza que o filme é centrado nele, trazendo uma atuação firme e forte, trazendo mais vida do que nunca para o grande herói que é Harry Potter. Apesar de não ser grande surpresa, Rupert Grint e Emma Watson continuam excelentes interpretando Hermione e Rony, assim como Ralph Fiennes cria um Voldemort mais assustador ainda do que o dos outros filmes. Não se pode deixar de mencionar também Alan Rickman, que dessa vez assume muita importância na história interpretando Severus Snape, que como todos sabem, que é um dos grandes heróis da história.

 . Todos envolvidos na produção do filme sabiam que essa Parte 2 significava muito para muita gente ao redor do mundo. Por isso, criaram esse filme tão fantástico e marcante, que se iguala à muitos clássicos de batalha por aí, mas ao invés de espadas, o que o espectador vê são varinhas e luzes frenéticas de feitiços. No final, é impossível não sentir um nó na garganta, por saber que a série que você acompanhou por muito tempo (no meu caso, que cresci com ela) acabou, e principalmente não ficar feliz, por saber, também, que a série Harry Potter foi fechada com chave de ouro no cinema, assim como foi fechada com chave de ouro nos livros. Um filme imperdível não só para quem é fã da série, mas também para quem sabe apreciar cinema de verdade.