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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Crítica - A Pele que Habito

 Bom/ Muito Bom.

 Loucura, tensão e sexo. Três das coisas mais presentes em A Pele que Habito, o tão esperado e novo projeto de Almodóvar. Um dos filmes mais esperados do ano pelos fãs do diretor que trouxe sucessos como 'Fale com Ela' e 'Volver'. Confesso que é o primeiro filme de Almodóvar que confiro, então o estilo dele, antes de conferir esse filme, era desconhecido para mim. Bom, o que se pode concluir em A Pele que Habito: Almodóvar adora loucura e é viciado em qualquer assunto relacionado à sexo. O filme é diferente, ousado e bastante interessante, diga-se de passagem.

 . A história é de Roberto Ledgard, um conceituado cirurgião plástico que usa a bela Vera como cobaia para experiências. A obsessão, aparentamente, do cirurgião, é criar uma pele resistente e consistente, que poderia ter salvado sua mulher de um incêndio.

 . Após assistir A Pele que Habito é inegável concluir que Almodóvar tem uma mão e tanto para contar uma história. O filme começa simples, apresentando apenas o cru da trama e o que há por cima. Através de memórias de personagens, a trama começa a voltar no tempo e contar tudo que está por trás de tudo aquilo que já foi apresentado no filme. A história se desenvolve de forma inteligente, sagaz, artística e surpreendente.  Vale dizer que o filme possui uma trama forte e extremamente complexa, que ganha muita profundidade ao trazer temas como traumas, obsessão, loucura, identidade sexual, o próprio sexo, e até pode criar discussões sobre mutação e alterações no corpo humano.

 . As atuações são excelentes. Antonio Banderas dá vida com louvor a esse Dr. Frankstein moderno, deixando o personagem ainda mais sádico, louco e obsessivo, o que o inteligente roteiro já faz por si. Contudo, Elena Anaya é que realmente é o destaque e faz a diferença. No começo do filme, quando o espectador não sabe de nada da trama, nós vemos a personagem de Elena com certos olhos, e no final, quando a história já se desenvolveu, será impossível vê-lá do mesmo jeito.

 . É bastante justo falar que A Pele que Habito é um filme insano e bastante sexualizado. Algumas cenas podem parecer muito estranhas afinal, mas tudo se encaixa quando Almodóvar sabe conduzir a trama com eficiência. Um filme tão profundo, tão diferente, tão surpreendente e tão interessante merece ser visto por todos. Quando os créditos aparecem na tela, após um final frio e chocante, é impossível que A Pele que Habito não gere discussões.

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