



Bom.
Todos sabem que as cicatrizes do forte preconceito nos Estados Unidos existem até agora. A seperação de raça, obviamente, não é mais tão grave, mas ainda sim o país é altamente separado. Casamento entre brancos e negros é raro, e se acontecesse, não é aceitado por muitos. Histórias Cruzadas volta 50 anos atrás e mostra o racismo no seu momento mais grave, nos anos 60, numa pequena cidade chamada Jackson.. Skeeter tem 23 anos e é branca, vinda de família rica. Contudo, ela é um tanto diferente das outras moças brancas ricas de sua cidade. Ela ainda não casou, não é desesperada para achar um marido e, principalmente, não suporta o racismo. A submissão e humilhação dos negros é tão grande, que ela decide escrever um livro baseado em histórias reais. Ela pretende reunir um grupo de empregadas domésticas, e biografar o que elas já sofreram não só nas mãos de suas patroas, mas também nas mãos de pessoas brancas racistas. Uma dessas empregadas é Aibileen, que tem uma triste e dura história de vida.
. Historias Cruzadas é aquele típico filme de Oscar. O filme relata uma realidade da sociedade em que seres humanos são considerados inferiores à outros, traz ótimas atuações, traz personagens com vidas sofridas e ainda traz uma melosa e gigantesca lição de moral e de vida. Não adianta discutir. Tanto que o filme foi indicado ao Oscar de Melhor Filme (e lembra ano passado, quem venceu?). Bom, não é por isso que o filme é ruim. Infelizmente existem clichês, existem falhas de direção, existem cenas cafonas, e como eu já disse, é aquele típico, mas totalmente típico filme que tem Oscar rotulado na testa.
. Mas ainda sim, tem seus atrativos. A começar pela ótima direção de arte e pelo excelente figurino. A reconstrução da cidade do interior americana no ínicio dos anos 60 bera a perfeição. Apenas falta o espectador sentir o cheiro dos ambientes e o clima do auge do rock'n roll. O figurino é extremamente fiel e rico, trazendo perfeitamente as roupas das pessoas da época. As atuações merecem aplausos. Emma Stone está totalmente á vontade, assim como Bryce Dallas Howard interpreta 'a vilã' da história de forma bastante convincente. Mas quem realmente se destaca é Viola Davis, que se intrega totalmente a sua personagem e interpeta muito bem o papel forte que tem a obrigação de trazer para as telas.
. Quanto a história, é bacana, com um bom relato de racismo, com algumas cenas realmente emocionantes, uma trama bonita e com conteúdo, mas sempre tem aquele moralismo exagerado que me incomoda um pouco, apesar de o Oscar adorar. O filme conseguiria se aproximar mais ainda de mim se não usasse tanto o recurso de 'lição de moral'. Mas ainda sim, o filme cumpre seu objetivo, que é denunciar ferozmente o racismo, utilizando personagens fortes, uma sociedade rotulada e uma história bonita e, até certo ponto, convincente e emocionante.
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